“Ninguém nasce odiando outra pessoa por causa da cor da pele, origem ou religião dela. As pessoas certamente aprendem a odiar. E se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar já que o amor surge de forma mais natural no coração das pessoas que seu oposto. O que realmente conta na vida não é apenas o fato de termos vivido; é a diferença que fizemos nas vidas dos outros que determina importância da nossa própria vida. A educação é a arma mais poderosa que se pode usar para mudar o mundo. Porque ser livre não é somente romper as correntes que aprisionam alguém, mas viver de forma a respeitar e ampliar a liberdade dos outros. A maior glória na vida não é nunca cair, mas se levantar depois de cada queda.” – NELSON MANDELA

Assinala-se hoje, 18 de Julho, pela quinta vez, o Dia Internacional Nelson Mandela, instituído em Novembro de 2009 pela Assembleia-geral da ONU, devido à contribuição do ex-presidente sul-africano para a cultura da paz e da liberdade.

Por consenso dos 192 países membros, a ONU determinou que, a partir de 2010, se passe a celebrar o Dia Internacional Nelson Mandela, na data do aniversário do dirigente negro que, em 1993, partilhou o Prémio Nobel da Paz com o seu compatriota sul-africano Frederik de Klerk.

A Assembleia-geral decidiu assim reconhecer a contribuição fundamental de Mandela, para a resolução dos conflitos, a liberdade no mundo e a promoção das boas relações entre todos os grupos étnicos.

Reconheceu também a dedicação de Mandela ao serviço da humanidade da resolução de conflitos, relações entre raças, promoção e protecção dos direitos humanos, reconciliação, igualdade entre os sexos e os direitos das crianças e de outros grupos vulneráveis.

Na mensagem do ano transacto, por ocasião da data, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, considerou Nelson Mandela “um combatente da liberdade, um prisioneiro político, um pacifista e um presidente. Curador de nações e mentor para gerações (…) Nelson Mandela é um símbolo vivo de sabedoria, coragem e integridade”.

“O próprio Nelson Mandela disse certa vez: Nós podemos mudar o mundo e torná-lo um lugar melhor. Está em nossas mãos fazer a diferença”, cita o Secretário-geral, apelando às pessoas a tornar realidade esta mensagem.

 No documento Ban Ki-Moon diz que “a melhor forma de agradecer Nelson Mandela pelo seu trabalho é agir e inspirar a mudança”.

Nelson Rolihlahla Mandela nasceu no dia 18 de Julho de 1918 na cidade de Transkei, é filho de Henry Mgadla Mandela e Noseki Fanny. Coordenou, em 1961, uma campanha de sabotagem contra alvos militares e do governo e viajou para a Argélia para treinamento paramilitar.

Em Agosto de 1962, Nelson Mandela foi preso após informações da CIA à polícia sul-africana, sendo sentenciado a cinco anos de prisão por viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves.

Em 1964 foi condenado a prisão perpétua por sabotagem (o que Mandela admitiu) e por conspirar para ajudar outros países a invadir a África do Sul (o que Mandela nega).

No decorrer dos 27 anos que ficou preso, Mandela se tornou de tal modo associado à oposição ao apartheid que o clamor “Libertem Nelson Mandela” se tornou o lema das campanhas anti-apartheid em vários países.

Durante os anos 70, ele recusou uma revisão da pena e, em 1985, não aceitou a liberdade condicional em troca de não incentivar a luta armada.

Mandela continuou na prisão até Fevereiro de 1990, quando a campanha do ANC e a pressão internacional conseguiram que ele fosse libertado em 11 de Fevereiro, aos 72 anos, por ordem do presidente Frederik Willem de Klerk.

Em 1993 Nelson Mandela candidatou-se à presidência da África do Sul e foi eleito, exercendo o cargo de 1994 a 1999.

Como presidente do ANC (de Julho de 1991 a Dezembro de 1997) e primeiro presidente negro da África do Sul (de Maio de 1994 a Junho de 1999), Mandela comandou a transição do regime de minoria, o apartheid, ganhando respeito internacional pela sua luta em prol da reconciliação interna e externa.

Após o fim do mandato de presidente, Mandela recebeu muitas distinções no exterior, incluindo a Ordem de St. John, da Rainha Elizabeth 2ª, a medalha presidencial da Liberdade, de George W. Bush, o Bharat Ratna (a distinção mais alta da Índia) e a Ordem do Canadá.

Nelson Mandela recebeu o Prémio Príncipe das Astúrias à Cooperação Internacional (1992), Ordem de Mérito do Reino Unido (1995), Prémio Lenin da Paz (1962), Prémio Internacional Simón Bolívar (1983) e Prémio Nacional da Paz (1995)

Em 2003, Mandela fez alguns pronunciamentos, atacando a política externa do presidente norte-americano Bush. Ao mesmo tempo, ele anunciou o seu apoio à campanha de arrecadação de fundos contra a AIDS chamada “46664” – seu número na época em que esteve na prisão.

Em Junho de 2004, aos 85 anos, Mandela anunciou a sua retirada da vida pública.

Pai Jonas Barroso
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