Nós umbandistas, sabemos que um dos atos ritualísticos mais importantes para nós, são as Oferendas que realizamos aos Orixás e aos Guias Espirituais.
Sabemos também, que a nossa maior benção é ter a força da natureza à nossa disposição, afinal ao oferendar um Orixá em um ponto de força, além de ativar a Divindade, ativamos também as forças elementais da natureza deste local, uma ação dupla de pura Força e Poder.
Portanto, além de termos uma grande responsabilidade com a preservação da natureza, temos também a responsabilidade de saber onde, como e para quem pedir o amparo e a sustentação em nossas dificuldades, assim não ativaremos forças contrárias ou desnecessárias às nossas necessidades.
Lembrando que em qualquer oferenda, além do conhecimento e do bom senso, é imprescindível a Fé e o Amor, o que caracteriza uma verdadeira oferenda religiosa, pois não adianta levar uma imensidão de velas, flores e elementos de oferenda se o íntimo estiver cheio de dúvidas, desejos de permuta, ou pior, cheio de vontades próprias, aquelas que sobressaem à vontade Divina. Saiba que, principalmente no momento da oferenda, o Poder Divino escuta seus pensamentos e não suas palavras, Ele sente seu interno e não o seu externo, portanto não queira enganar o Divino que tudo vê, tudo ouve e tudo sabe.
OXALÁ
– oferenda-se Oxalá quando necessitamos fortalecer ou despertar em nosso íntimo os sentimentos de fé, paciência, tolerância, perdão, compaixão. Quando precisamos despertar a esperança e a confiança.
OYÁ
– oferenda-se Oyá quando necessitamos despertar ou equilibrar a religiosidade em nossa vida, ou seja, é a Ela que clamamos quando nossa fé ou nossa religiosidade está desvirtuada pelo fanatismo, pela ausência ou até pela má utilização da fé, é Ela que absorve os excessos da fé.
A Ela também solicitamos envolver, purificar e redirecionar, com suas ondas espiraladas, os eguns perdidos no tempo, aqueles espíritos que a tanto tempo vagam no astral, que já se encontram perdidos e com seus mentais vazios, assim sendo, muitos deles tornam-se alvos fáceis das grandes quiumbas que os escravizam e os utilizam para o mal. Além desses tipos de eguns, Ela também recolhe aqueles que nos acompanham por muito tempo, vidas passadas, e que por um sentimento de vingança emocional nos envolve desequilibrando-nos até hoje. Ela é a Dona do Tempo cronológico.
OXUM
– oferenda-se Oxum pedindo para Ela amolecer o nosso ou outros corações, a fim de se tornarem mais amorosos, pedimos a Ela que estimule a união através dos sentimentos de amor puro e fraternal. Só através do amor puro é que a ‘verdadeira’ união acontece, e essa união vale em todos os sentidos, profissional, social, familiar, etc. Com essa união, a felicidade, ou seja, a verdadeira prosperidade é concedida a nós. Portanto Ela é a Mãe da Concepção, aquela que tudo concede quando há amor.
OXUMARÉ
– oferenda-se Oxumaré quando necessita-se diluir os sentimentos que, por ventura, estão desequilibrados. São sentimentos viciados, portanto são ou se tornarão dolorosos, como exemplo, podemos destacar o sentimento da paixão, do desejo, etc. Importante salientar que algumas vezes não percebemos o desequilíbrio emocional em que nos encontramos, portanto o auto conhecimento se faz necessário, o verdadeiro ‘querer melhorar’ e principalmente a fé. A Ele solicitamos também que renove o nosso emocional, trazendo a pureza dos sentimentos, Oxumaré é a renovação do amor na vida dos seres. Ele é um Orixá que ao trazer a cura emocional, automaticamente cura o físico, portanto, oferenda-se Oxumaré também para socilitar a cura.
OXOSSI
– oferenda-se Oxossi para que ele nos ajude no raciocínio consciente, ou seja, para que ele nos traga o conhecimento, o esclarecimento e a sabedoria em todos os sentidos da vida. A Ele também solicitamos a coragem, a rapidez, o espírito caçador para as novas empreitadas. Pedimos que sustente nossa caminhada espiritual com sabedoria e que cure nossos mentais desequilibrados. Oxossi é um Orixá guerreiro, que nos traz a força da atitude, a força da vontade, enfim, é o Orixá que nos “traz” aquilo que mais precisamos para evoluir: O Conhecimento.
É um Orixá, que por seu domínio ser as matas e ervas, propicia também a cura, a cura energética e mental.
OBÁ
– oferenda-se Obá para pedir concentração mental e quietude racional, ajudando a boa memória e a capacidade de assimilação mental. No entanto, a Ela também solicitamos que nos ajude a eliminar pensamentos negativos ligado aos dogmas e conhecimentos errôneos, pedimos também que nos ajude a esquecer aquilo que nos negativa. Obá, com sua ação discreta e firme, estimula nossa interiorização favorecendo o auto conhecimento e paralisando todas as formas viciadas de conhecimentos.
Essa Orixá nos traz o sentido do “chão firme”, portanto, devemos clamá-la naqueles momentos em que nos encontramos sem chão ou aéreos demais, precisando de concentração e firmeza de pensamento.
XANGÔ
– um dos Orixás mais temidos pelo fato de ser Ele o Determinador da Justiça, é Ele que ativa a Lei em nossas vidas, fazendo valer o ponto que diz “quem deve paga, quem merece recebe”. Portanto oferendar Xangô é muito forte e muito especial, é nesse momento que devemos baixar nossas cabeças e permitir que seja feita a vontade de Deus e não a nossa. É esse o “espírito da coisa” – Não se oferenda Xangô para pedir a “nossa” justiça, mas a justiça “Divina”. Infelizmente, isso pouco acontece pois as pessoas estão viciadas em seus desejos e julgamentos e vão logo aos pés do Grande Rei Xangô pedir seus ‘desejos’, o que é um grande erro.
Devemos oferendar Xangô para buscar e pedir equilíbrio entre a razão e a emoção, a justiça, a sensatez, a razão, a determinação e a coragem para recebermos aquilo que merecemos. Pedimos a Ele que nos mantenha sensatos, livres de quaisquer julgamento, tanto os que emitimos quando os que recebemos.
OGUM
– falar desse Orixá é falar de coragem, lei, ordem, ordenação, retidão, determinação, portanto oferenda-se Ogum para receber em nosso íntimo esses atributos para manifestá-los em nossas vidas, tanto no lado profissional, material, emocional ou espiritual.
Quando o oferendamos pedimos também que nos envolva com sua força guerreira, solicitamos a abertura de nossos caminhos e a proteção de seus Guardiões da Lei.
Ogum não julga nada nem ninguém, pois esta atribuição pertence a Xangô, Ele ‘apenas’ aplica a Lei, portanto oferendar Ogum no sentido de submissão à Lei Maior e a Justiça Divina (ou seja, submissão a Deus) é dar as costas para receber os “chicotes” da Lei. Esses doem, mas são necessários para cessar nossas dividas cármicas, acelerando nossa evolução espiritual. Feliz daquele que tem coragem, amor e fé suficiente para sentir tão grande Poder e Ação, fazendo valer o ponto: “o que se ganha de Ogum só Ogum pode tirar”, portanto, Ogum é quem ativa nossas ‘próprias demandas’ como também, é o único que tem o Poder de ordenar a ‘quebra de nossas demandas’, tudo pela determinação da Lei de Deus.
YANSÃ
– oferenda-se Yansã para pedir movimento e direção em todos os sentidos da vida, a Ela solicitamos que nos envolva com sua Força guerreira para nos ajudar em nossas mudanças e conquistas, portanto, a oferendamos quando estamos com nossas vidas estagnadas, quando nos encontramos depressivos, sem energia, sem direção, perdidos e cheios de dúvidas, afinal Yansã é a manifestação da alegria e paixão pela vida e pelo que faz.
Pedimos também, a força e o movimento de Yansã para que envolva e encaminhe todos os eguns (espíritos negativos) que desvirtuam nossa caminhada material, emocional e espiritual direcionando-os aos domínios de Obaluayê/Omulu (kalunga pequena) onde serão conduzidos aos seus lugares de merecimentos, Ela esgota os seres e os redireciona, abrindo novos caminhos por onde evoluirão de forma menos ‘emocional’.
Yansã é a orixá do Tempo climático, Senhora. dos Ventos e dos Raios, Senhora. do Movimento e Direção.
OBALUAYÊ
– oferenda-se Obaluayê para pedir que ele nos ajude em nossa evolução espiritual e que nos traga a sabedoria junto com paciência – a sapiência.
Ele é o Senhor das Passagens, portanto é ele que permite a nossa passagem de um nível para outro, isso quer dizer, que é ele que nos conduz, que abre as porteiras, em nossas mudanças de estágios ou graus espirituais, isso quer dizer que é a Ele que clamamos quando nos encontramos estagnados e paralisados. Também é Ele que nos conduz nas mudanças de estado encarnado para desencarnado e vice-versa (ou seja, é ele que acolhe os espíritos que acabaram de desencarnar, assim como, conduz os espíritos que irão reencarnar).
A Ele pedimos para transmutar, transformar, nossos sentimentos, portanto, é Ele que permite e proporciona a cura da alma. Estabilidade, proteção e sabedoria anciã também pedimos a Obaluayê.
OMULU
– sabemos que muitos identificam Omulu e Obaluayê como sendo o mesmo Orixás, no entanto, a ação de Omulu é muito mais ativa, pois é um Orixá cósmico, ou seja, atua em nossa vida de forma ativa paralisando nossos desequilíbrios e punindo (caso seja necessário) as terríveis quiumbas que já se encontram de forma super negativadas. Portanto solicitamos a Omulu, o grande Orixá do Fim, para colocar um fim nas ações do baixo astral, um Fim em nossos desequilíbrios emocionais e espirituais, assim como um Fim às dores da alma, do físico e da mente.
NANÃ BURUQUÊ
– oferenda-se Nanã para solicitar que Ela decante nossos sentimentos e lembranças negativas, que nos ajude a esquecer as mágoas, o rancor, a dor, etc. A Ela pedimos maturidade e mobilidade para viver em harmonia e com sabedoria.
YEMANJÁ
– a grande Mãe da Vida Yemanjá, é ofertada quando precisamos de coisas novas em nossas vidas, pedimos a Ela que gere em nós a vontade de viver, de crescer, de melhorar, etc. Pedimos que Ela gere em nós, e para nós, novas oportunidades em todos os sentidos da vida (material, profissional, emocional, espiritual assim como familiar). Como grande Mãe que é, Ela rege a família, portanto Ela equilibra, apazigua os laços familiares e o sentido “de ser mãe”.
Ela nos favorece suas qualidades geradoras, renovadoras e criasionistas, ou seja, Ela nos permite buscar coisas novas, aguçando nossa criatividade e estimulando nossas percepções.
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