“Os ombros do supervisor devem ser suficientemente largos para suportar o peso da direção”.
O supervisor ou dirigente, seja de uma empresa privada ou de um Centro Umbandista, é o que recebe, em ultima instância, o refluxo dos problemas, das reclamações e dos melindres que se formam nos meandros do relacionamento entre os diversos tipos dos colaboradores. Há, inclusive, as dificuldades que dizem respeito à disputa de cargos e de poder dentro da organização.
Dado o acúmulo de reclamações e, muitas vezes, de forma ríspida, a resposta imediata do dirigente é fazer uso da força, da violência. O supervisor pode pensar: eu sou o presidente; conseqüentemente, todos devem me obedecer, quer seja justo ou injusto. Este tipo de comportamento pode funcionar no curto prazo, mas não no longo prazo, pois um problema não resolvido passa a fazer parte do imaginário das pessoas e voltar sempre à tona.
Para tomarmos decisões mais acertadas, pensemos nas seguintes frases: “Não se deixe dominar pela cólera, pois levará semanas para reparar os estragos”; “Até mesmo deitar-se numa cama de pregos pode se tornar um hábito”; “Julgam certos supervisores que, sufocando qualquer crítica, as pessoas se esquecerão de tudo. Grande bobagem. Se você ficar refreando certas coisas, é bem provável que de uma hora para outra elas explodam”; “No universo do funcionário, a pessoa mais importante é ele mesmo”; “As pessoas estão sempre prontas para criticar as demais, nunca a si mesmas”; “Erro de avaliação: admitir que outra pessoa é tão amadurecida, sensata e atenciosa quanto parece, na superfície”.
Apontemos a arma para a causa e não contra as pessoas. O supervisor deve ter um senso crítico bem apurado, no sentido de ultrapassar a sua emoção, a usa própria pessoa, para poder raciocinar em termos da responsabilidade que tem para com as pessoas sob sua chefia. Um bom método é perguntar sempre o que é melhor para o grupo. Em realidade, o supervisor não conseguirá agradar a todos, mas deve ter sempre em mente se os objetivos estão sendo atingidos.
Em muitas ocasiões, o supervisor deve imitar os peixes, mantendo a boca fechada. De nada adianta ficar comentando o ocorrido com todas as pessoas, pois isso trará mais confusão, porque uma mensagem sofre muita deturpação e pode dificultar a compreensão das pessoas envolvidas no caso. Ainda mais: ninguém muda da noite para o dia. Podemos ver por nós mesmos: lemos algo no livro e já pensamos ser senhores daquele conhecimento; daí a pouco, pegamo-nos cometendo os mesmos erros.
Não julguemos o próximo pelo nosso modo de proceder: o que para nós é motivo de felicidade pode ser um martírio para ele. Lembremo-nos de que o dirigente é a base do equilíbrio do grupo. Mantenhamos, pois, fora de cena os nossos sentimentos e nossas opiniões pessoais; raciocinemos em termos de causas e efeitos.
Fonte: Sérgio Biagi Gregório
RUSTOMJI, M. K. Como se Dar Bem com as Pessoas. Tradução de Luiz Roberto S. Malta. São Paulo; summus, S.D.P.