No dialeto de Angola, IBEJI quer dizer: Gêmeos. No Nagô, existem várias designações para o Orixá IBEJI: “Alabá”;”Idolu” e “Idossu”.

Estas divindades são originárias da Nigéria e são filhos gêmeos de YEMANJÁ e OXALÁ.

O fato de serem gêmeos, está associado à dualidade da vida, como por exemplo: a alegria e a tristeza, o masculino e feminino, o fim e o recomeço, etc. A sua correspondente dualidade se prende ao fato de que já conviveram juntos mesmo antes de nascerem e se apresentam sob o aspecto humano de “duas” crianças. Estes Orixás protegem os seres vivos no início de seu desenvolvimento. Sua vibração determina o equilíbrio entre os opostos, o que dá como resultante a plenitude da vida.

Na Bahia, todos têm muita fé na força dos IBEJIS e nas “roças” são encontrados assentamentos (local de fixação vibratória do Orixá), que lhes correspondem. Tais assentamentos fogem às características dos demais Orixás, e lá são colocados também os brinquedos dos “erês”, nome pelo qual são conhecidos em Nação. Na Bahia, nas roças ou terreiros os Orixás-Crianças, são festejados durante todo o mês de Setembro, é o ” Caruru de São Cosme”.

O “Caruru de São Cosme” é uma festa ao mesmo tempo profana e religiosa, e as portas da casa abrem-se à todas as crianças convidadas ou não, e quanto mais crianças comparecem melhor. Todos se reunem para rezarem juntos e agradecerem os favores recebidos durante o ano e pedir bençãos para o ano que virá.

Em Salvador, é elegante a pessoa receber muitos convites para comer Caruru.

Quando se pedia esmolas para realizarem as missas votivas, no tabuleiro, se existiam somente duas imagens (São Cosme e São Damião), era para o culto católico, havendo três imagens, incluída a de Doum, caracterizava o culto ligado ao africanismo.

Os negros bantos, principalmente do Congo e Angola, embora com concepção religiosa diferentes para os gêmeos que chamavam de MABAÇAS, tinham um ritual próprio e constituiam entre si uma irmandade.

Do culto cabula, que também era praticado pelos bantos (e que não mais existe), é que provém a maior parte do ritual usado na Umbanda. Isto ocorreu no século passado e não está ligado ao simbolismo das imagens (sincretismo). Era um culto fundamentado nas falanges de crianças do espaço e no mais acurado sentido sobrenatural.

No Brasil, o culto de São Cosme e São Damião – Os Médicos Gêmeos e por isso padroeiro nas confrarias médicas, foi iniciado nos primórdios da nossa colonização, através da religião católica (na época, oficial) com a construção em 1530, de uma Igreja em Pernambuco.

As pessoas iniciadas em Umbanda, sabem que a única falange que realmente, consegue dominar determinadas magias, é a das crianças. Uma criança no espaço, que brinca com uma bola, uma boneca ou um carrinho, está na maioria das vezes em trabalho de descarga fluídica, no afastamento de forças negativas e beneficiando aqueles que delas se acercam. Embora sob o aspecto e exteriorização de crianças, pelos gestos e ruídos infantis produzidos, são na realidade, espíritos de grande conhecimento adquirido em encarnações pretéritas ou nas escolas astrais que frequentam.

Em Nação, as crianças conhecidas como “erês”, são os mensageiros dos Orixás, trazendo para seus filhos as suas determinações e conselhos. Daí é comum dizer-se: “Erê de Yemanjá”; “Erê de Xangô”, etc.

Estas crianças espirituais, adotam nomes ligados aos orixás, com os quais têm afinidade vibratória, como por exemplo: “Conchinha (Yemanjá)”; “Faísca (Inhasã)”; “Pedrinha (Xangô)”; “Pipoca (Omulu)”; “Escudinho (Ogum)”; “Jasmim (Oxum)”, etc.

Na Umbanda, já adotam nomes comuns e até mesmo os que usavam na última passagem terrena: Rosinha; Mariazinha; Pedrinho; Joãozinho; Francisquinho; etc.

São muito ligados e protegidos pelo Orixá OXALÁ.

quando as forças negativas são muito fortes e densas, mesmo quando outras entidades têm que se afastar, há falanges de crianças como a de DOUM, que não são atingidas por possuirem forças de repulsão, que as mantém em equilíbrio vibratório.

As preces dirigidas às crianças no espaço, são prontamente atendidas. Suas falanges são dotadas de intenso poder mágico e vibração que só espíritos de grande luz possuem.

Yori quer dizer “Vitalidade saindo da luz”. É formada pelas entidades que, por opção, quiseram manter a forma infantil, algumas já em preparo para uma reencarnação próxima. Onde for necessária uma vibração dirigida à alegria, à fraternidade e à comunhão, lá estará a Linha de Yori que, por essa bela qualidade, domina as energias mais sublimes do plano espiritual.

Uma criança brincando, em um trabalho, não é uma atividade infrutífera, como pensam alguns. É uma entidade que sabe perfeitamente o que está fazendo, com o objetivo de descarrego de tudo o que está em volta.

1. Falange de Tupanzinho (Idolu ou Idossu) – São entidades que vibram na Linha de Oxóssi, protegendo os lenhadores e animais. Gostam, nas oferendas, de apetrechos indígenas bem enfeitados, fitas verdes e vela rosa.

2. Falange de Doum – São entidades que nasceram no período do cativeiro como Doum, eram filhos de mãe indígena e pai africano. Auxiliam os tratamentos médicos, protegendo os profissionais da saúde e os enfermos, proporcionando mais integração entre ambos. Cruzam-se com a Linha de Yorimá (dos Pretos-Velhos) e aceitam suas oferendas em jardins e praças.

3. Falange de Alabá – Cruzam-se com Ogum, Oxumarê e Iemanjá. Da vibração dos três Orixás, recebem condição de trabalhar com os militares, dando coragem e piedade aos que usam farda. Suas oferendas são próximas a cachoeiras, pois as cores do arco-íris atraem muito essa falange.

4. Falange de Dansu – Espalham-se nos dias de tormenta, com fins de proteger adultos e crianças nesses dias, trabalhando também para Xangô. Gostam de fitas marrons e até seixos rolados em suas bandejas, entregues nas pedras de cachoeiras.

5. Falange de Sansu – Legião de entidades que se apresentam como meninas, distribuidoras de ternura, vinda de Deus. Trabalham cruzadas com Iemanjá. Devem ser entregues a elas: conchinhas e estrelas-do-mar, na beira da praia, junto com os outros itens da oferenda.

6. Falange de Damião – Cruzam-se com Cosme e Doum, cuidando das crianças do espaço, ou seja, das entidades recém-desencarnadas ainda crianças, de grande poder de cura. Vibram, de preferência, nas praias e jardins, seu lugar para a entrega de oferendas.

7. Falange de Cosme – São eles que detêm a responsabilidade da guarda das crianças recém-desencarnadas na Linha de Oxalá. Com o qual cruzam.