Umbanda, uma mensagem de puro amor.

 

É voz corrente se ouvir dizer Umbanda Limpa ou Branca, Umbanda Traçada, Umbanda Esotérica, Kardecista, Iniciática, Umbanda no Angola, Umbanda no Jeje, Umbanda no Mina, Umbanda no Nagô e outras tantas classificações desse quilate, que nos põe a cada momento estupefatos, dado à variedade de designações para esse “movimento mágico religioso”, produzido pela imaginação febril e tacanha onde medram os mais desprezíveis e delirantes pensamentos sobre a nossa Umbanda.

Umbanda é coisa séria, para gente séria. Umbanda sendo a única religião de cujo filosófico e teológico criada no Brasil, não pode ser dividida. A nossa religião deve ser trada com carinho, amor, seriedade e estudo, sobretudo com renovação de caráter dos que a professam para que a mesma possa espelhar a grandeza de sua doutrina.

A Umbanda se sente desmerecida com o tratamento que lhe dispensam boa parte dos Terreiros onde se vê mais “animismo” do que “mediunismo”; mais interesses cúpidos do que magias; mais deslealdade do que autenticidade; mais personalismo do que espiritualismo. A Umbanda que está aí, não espelha sua verdadeira magnitude. São arremedos, nuances, propósitos, insultos, fantasias, infantilismos e graças ao nosso Deus Supremo (Zâmbi), em raros Terreiros, uma quase genuína manifestação do que seja a Umbanda, unicamente Umbanda.

O sacrifício de animais (oferenda de sangue) nunca foi, não é e nem será ritual de Umbanda.

“Não cobrar, não matar, usar o branco, evangelizar e utilizar as forças da natureza”.

Portanto, podemos afirmar que a Umbanda é produto de evolução espiritual ou religiosa.

Origem

Suas origens estão contidas nas filosofias orientais, fonte inicial de todos os cultos do mundo civilizado, que implantada em nossa terra, reuniu-se às práticas dos conceitos e crenças do índio, branco e negro.

É comum ouvir dizer que a Umbanda foi trazida ao Brasil pelos escravos, entretanto devemos considerar que a Umbanda surgiu sobre o amálgama das crenças negras e nativas com o cristianismo. Na revolta do negro, no martírio do índio e na crença do branco.

Segundo, Matta e Silva, “toda essa complexa mistura, que o leigo confunde com a macumba, baixo espiritismo, magia negra, envolvendo práticas fetichistas e barulhentas … era a situação existente, quando surgiu um vigoroso movimento de luz, ordenado pelo astral superior, feito pelos espíritos que se apresentavam como Caboclos, Pretos Velhos e Crianças.

O Que é a Umbanda?

Não é uma ramificação do catolicismo, muito menos do candomblé.

A influência Africana desempenhou papel relevante na formação da Umbanda, da qual se constituiu um dos principais alicerces, dando-lhe, como contribuição primordial, Os Orixás. Em sua prática, a Umbanda aproxima-se mais da origem nativa. Na estrutura, porém prevaleceu a influência Africana (nomes, rituais e costumes).

A Umbanda é uma doutrina espiritualista como o Espiritismo, o Catolicismo, o Protestantismo, o Judaísmo, o Exoterismo, etc…, o que não impede de haver entre elas diferenças essenciais que lhes dão características próprias.

Tem a Umbanda seus Sacerdotes, com seus graus iniciáticos, como Tatás (com mais de 30 anos), Babalorixás (homens) e Yalorixás (mulheres), podendo realizar Batizados, Casamentos e outras cerimônias dentro de seus cultos.

Se religião é todo culto que contém seu cortejo de Divindades, ou melhor, chamado de Teologia (relação entre os deuses e os homens), o seu cerimonial ou Liturgia (fórmulas consagradas de orações) e seus praticantes ou sua classificação hierárquica, Umbanda é Religião Autentica e Genuína. Podendo ser enquadrada em outro sentido, como pr exemplo: Crença Mista, pelo fato de que a Umbanda nada mais é do que uma mistura de várias religiões, tendo fundamento básico na Crença dos Espíritos.

Surgimento da Umbanda

Esta religião brasileira, surgiu em 15 de novembro de 1908 com o médium Zélio Fernandino de Moraes que tinha 17 anos de idade. O Patrono foi o Caboclo das Sete Encruzilhadas.

Ordenado pelo astral superior, feita pela manifestação de espíritos que se apresentavam como Caboclos (índios nativos de nossa terra) e os Pretos Velhos (velhos africanos que haviam servidos como escravo) que não encontravam campo de ação nos remanescentes Cultos Negros, já deturpados, confusos e desordenados e dirigidos quase que exclusivamente para trabalhos do mal.

A Lei principal da Umbanda é resumida numa só palavra CARIDADE: no sentido do amor fraterno em benefício dos seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, raça, o credo e a condição social, não podendo haver ambiciosos, vaidosos, mistificadores, pois estes, mais cedo ou mais tarde, são afastados da Umbanda pelos espíritos de luz.

As normas da Umbanda são:

Sessões – assim se chamariam os períodos de trabalhos espirituais;

Vestes – os participantes estariam uniformizados de branco;

Sacrifícios – o sacrifício de aves e animais é totalmente proibido na Umbanda;

Fundamento Básico – é a crença ou culto aos espíritos evoluídos;

Atendimento – gratuito.

A origem da palavra Umbanda é oriunda do Sânscrito (a mais antiga língua da Terra _ raiz mestra dos demais idiomas existentes no mundo), que se pode traduzir por “DEUS AO NOSSO LADO” ou “O LADO DE DEUS”. Um outro significado é UM _ DEUS (único) e BANDA _ POVO DA TERRA. A Umbanda não invoca os espíritos dos desencarnados sem luz.

Na Umbanda são trazidos, e não invocados, os espíritos dos desencarnados, através dos espíritos das Linhas (Caboclos e Pretos Velhos), a fim de conscientizá-los de que deixaram o mundo material, e portanto, deverão deixar de se ligar a tudo que é material.

A Umbanda fundamenta-se nos seguintes princípios: É a crença nos espíritos, dando condição aos mesmos de evoluir, sejam de qualquer classe ou ordem, encarnados (Alma) ou desencarnados (Espírito, propriamente dito).

Em Essência, a Umbanda fundamenta-se nos seguintes pontos básicos.

1. Na existencia de Deus Único, Onipotente, Irrepresentável, adorado sob vários nomes (na Umbanda ZÂMBI);

2. Na crença de um “Orixá Maior”, denominado de Oxalá (Jesus Cristo);

3. Na crença de Entidades Espirituais em Plano Superior _ Os Orixás ou Santos, chefiando falanges;

4. Na crença de Guias Espirituais, mensageiros dos Orixás (Caboclos e Pretos Velhos);

5. Na existência do Espírito, sobrevivendo ao homem, em caminho de evolução, buscando o aperfeiçoamento (Exus);

6. Na crença da Reencarnação e na Lei Cármica de Causa e Efeito;

7. Na prática da Mediunidade, sob as mais variadas apresentações;

8. Na afirmação de que as Religiões constituem diversos caminhos de evolução espiritual, que conduzem a Deus;

9. Na prática da Caridade Material e Espiritual;

10. Na necessidade do Ritual, como elemento disciplinador dos trabalhos;

11. Na crença de que o Homem vive num Campo de Vibrações, que condicionam sua vida para o bem ou para o mal, conforme sua própria tônica vibratória.