Muitos Umbandistas falam sobre o assuntos, mas poucos conhecem com profundidade. Então resolvi dividir um pouco do que tenho com vcs.

Infelizmente a história sobre anjos é curta. Os gregos, que eram amantes da precisão, os chamavam DAIMONES (gênio, anjo, ser sobrenatural). Os egípcios os explicaram amplamente e com detalhes, mas tudo foi perdido, queimado na época da ascensão do cristianismo primitivo do Ocidente. Hoje, o pouco que nos resta deriva dos estudos cabalísticos desenvolvidos pelos judeus, que foram os primeiros a acreditar nesta energia.

A palavra hebraica para anjo é Malakl, que significa “Mensageiro”. As primeiras descrições sobre anjos apareceram no Antigo Testamento. A menção mais antiga de um anjo aparece em Ur, cidade do Oriente Médio, há mais de 4.000 a.C.. Na arte cristã eles apareceram em 312 d.C., introduzidos pelo imperador romano Constantino, que sendo pagão, converteu-se ao cristianismo quando viu uma cruz no céu, antes de uma batalha importante. Em 325 d.C., no Concílio de Nicéia, a crença nos anjos foi considerada dogma da Igreja. Em 343 d.C. foi determinado que reverenciá-los era idolatria e que os anjos hebreus eram demoníacos (nossos Exus, guardiões considerados demônios pela crença Católica). Em 787 d.C. no Sétimo Sínodo Ecumênico definiu-se dogma somente em relação aos arcanjos: Miguel, Uriel, Gabriel e Rafael; Destes, o arcanjo Miguel, foi o que mas simpatizou com os terreiros de Umbanda, e frequentemente faz a ronda na supervisão dos Guardiões. Muito diferente que muitos acham os anjos e arcanjos não vem na linha dos Santos e sim na linha do Oriente.

São Thomás de Aquino foi um estudioso do assunto. Ele dizia que os anjos são seres cujos corpos e essências, são formados de um tecido da chamada luz astral. Eles se comunicam com os homens através da egrégora, podendo assim assumir formas físicas.

A auréola que circunda a cabeça dos anjos é de origem oriental. Nimbo (do latim nimbus), é o nome dado ao disco ou aura parcial que emana da cabeça das divindades. No Egito, a aura da cabeça foi atribuída ao deus solar Rá (Oxalá) e mais tarde na Grécia ao deus Apolo (Oxalá). Na iconografia cristã, o nimbo ou diadema é um reflexo da glória celeste e sua origem ou lar, o céu. As asas e halos apareceram no século I. As asas representam a rapidez com que os anjos se locomovem.

No Novo Testamento, anjos apareceram nos momentos marcantes da vida de Jesus: nascimento, pregações, martírio e “ressurreição”. Depois da ascensão, Jesus foi colocado junto ao Anjo Metatron. Alguns estudos aceitam a possibilidade dos três Reis Magos serem Anjos materializados. Melchior (Rei da Luz), Baltazar (Rei do Ouro, guardião do tesouro, do incenso e da paz profunda) e Gaspar (o etíope, que entregou a mirra contra a corrupção). E nocvamente vemos a representação dos cultos de origem Africana representados na história.

A tradição católica dividiu os anjos em três grandes hierarquias, subdivididas cada uma em três companhias: Serafins, que personificam a caridade divina; Querubins, que refletem a sabedoria divina; Tronos, que proclamam a grandeza divina; Dominações, que têm o governo geral do universo; Potências, que protegem as leis do mundo físico e mora; Virtudes, que promovem prodígios; Principados, responsáveis pelos reinos, estados e países; Arcanjos, responsáveis pela transmissão de mensagens importantes; Anjos, que cuidam da segurança dos indivíduos.”

ANJOS DA GUARDA NA UMBANDA

Na Umbanda o Anjo da Guarda não é considerado um Guia ou Orixá, é um Espírito Celestial, iluminado, de essência pura e de energia poderosíssima. Pertence à dimensão celestial, dimensão esta de grande pureza e de grande atuação em todas as outras dimensões subsequentes. Portanto, a essência e a energia dos Anjos atingem a todos independente de religião, doutrina ou crença. Que corresponde a vibração do Orixá Oxalá.

O ANJO DA GUARDA DE CHAMA

Para os médiuns, os Anjos da Guarda são tão importantes quanto os próprios Orixás e Entidades, pois são eles que os protegem no momento da incorporação ou desincorporação. Momento esse que acontece em segundos de desacoplamento do corpo astral e que, por um mínimo descuido, podem sofrer um ataque do baixo astral com a entrada de seres inferiores na corrente mediúnica do médium.

Por isso a importância da vela firmada para seu anjo da guarda antes de começar os trabalhos de uma Casa de Umbanda. vale lembrar que velas firmadas para o anjo da guarda devem esta acima da linha da cintura.

Saiba que quando o Orixá/Entidade está incorporado no médium, o Anjo da Guarda fica ao lado, no entanto, no momento da desincorporação ou incorporação o Anjo da Guarda se aproxima mais ativamente ajudando a manter o equilíbrio espiritual do médium.

Vale salientar que a resistência no momento da desincorporação é altamente prejudicial para o próprio médium que, logicamente, perde essa proteção celestial.

É comum inclusive, quando o médium ainda fica em um sutil estado de transe após a desincorporação, colocarmos a mão sobre o coração do médium e dizer “fulano, seu anjo da guarda te chama!”, movimento esse que ajuda o médium no processo de desincorporação tranquilizando-o rapidamente. Além disso, os Anjos auxiliam no equilíbrio essencial do médium e os mantêm envolvidos por uma energia pura e divina.

Os Anjos de Guarda nos protegem e nos acompanham a cada dia, por isso é aconselhável manter sempre acesa uma vela branca ao lado de um copo d’água e em local alto para fazer nossas orações.

Quando acendemos uma vela estamos ligando-nos espiritualmente ao Divino, a entidade, anjo da guarda ou orixá a quem estamos ofertando a vela. Este espírito irá utilizar o elemento fogo para purificar nossos 7 campos e 7 corpos espirituais, conectando e fortalecendo nosso elo com as Hostes Celestes.

Quando colocamos o copo de água junto a vela do anjo da guarda estamos compondo mais um elemento, do qual este Espírito Superior irá utilizar para nosso maior benefício. A água é elemento purificador e fonte de vida, sendo assim, ao possibilitarmos o elemento para o trabalho da entidade, anjo da guarda etc., estamos deixando fonte elemental para ser utilizado a nosso benefício.

A água é um elemento poderosíssimo, tanto materialmente, pois nenhum ser vivo existe sem a presença dela, quanto espiritualmente, pois, modifica uma energia pesada. As águas são e devem ser ainda mais utilizadas dentro dos rituais de umbanda, proporcionando uma energia equilibrado dentro do tempo e podem ser usada conforme sua atuação e resposta espiritual.

Ela é um dos elementos naturais mais receptivos com uma energia altamente atratora e condutora, ela é utilizada nas quartinhas, nos copos de firmeza dos Anjos de Guarda, no batismo, em muitos rituais da Umbanda e principalmente pelos Guias Espirituais nos momentos onde há a necessidade de realizar grande limpeza, purificação e energização de nosso corpo astral e de nossa casa, afinal existem cargas e energias maléficas que somente esse elemento natural é capaz de desfazer, limpar e equilibrar.

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Um forte abraço em todos….